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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Liberando o perdão

Existem pessoas más que nos violam e nos deixam debilitados e destruídos.


Como sabemos que perdoamos alguém que nos causou dor e sofrimento? Que nos fez chorar e feriu o nosso coração?

Quanto eu tinha sete anos, mexi com meu cachorro doente e ele me deu uma mordida na perna esquerda. Tomei umas vinte injeções e tenho, até hoje, a marca de seus caninos como uma tatuagem.

Eu vejo o perdão como essa cicatriz da mordida do cachorro: eu me lembro do fato dolorido (sangue, hospital, injeções, medo...), carrego comigo a marca da dor, mas, quando aperto o local em que fui mordida, não sinto dor.

É assim que sabemos que perdoamos aqueles que nos fizeram mal: lembramo-nos do fato, do agente da dor, carregamos marcas no coração, mas, quando mexemos na cicatriz não sentimos mais dor.

Assim como as feridas físicas, as da alma e do coração levam um tempo para cicatrizarem. Mas o importante é saber que elas saram, as dores passam, os ferimentos criam cascas, estas caem, os ferimentos secam e saram. E, quando forem apenas marcas indolores, saberemos que o perdão foi liberado e estamos prontos para novas experiências e novas histórias.

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